terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Crescendo como Jesus


CRESCENDO COMO JESUS

A cada dia, quando paro um momento para buscar a Deus, ler sua Palavra e orar, duas coisas sempre acontecem. Olho para Jesus e me apaixono por Ele novamente... meu coração se enche do desejo de estar com Ele fisicamente, abraçá-lo, tocá-lo, adorá-lo... e enquanto este dia não chega, a presença dele que é tão real para mim, reafirma nossa aliança e seu amor paciente – e minha admiração cresce de forma incontida e irreversível.

A segunda coisa que sempre experimento é a convicção do quanto preciso mudar. Olho para mim como uma matéria bruta, cheia de deformidades, desafios, áreas a serem curadas, hábitos a serem transformados, limitações que atrasam meu avanço. E clamo ao meu amado Jesus que me toque, restaure, conserte, ainda que seja um pequeno passo de cada vez. Após meu período de intenso amor e quebrantamento na presença do meu tão querido Jesus, eu queria tanto ser diferente com meu marido e filhos, com as pessoas que lidero ou simplesmente me relaciono, nas minhas reações diante dos obstáculos da vida. E ainda me sinto tão longe disso.

Hoje li no meu devocional  sobre o crescimento de Jesus. Lucas 2.40 resume seus primeiros doze anos; e no verso 52 os 18 anos seguintes, até o início de seu ministério. É o relato mais seguro que nos foi deixado sobre a infância e juventude de Jesus. Aos 30 anos ele começa o seu ministério – um homem maduro, forte, com uma profissão, cheio de sabedoria, amado por Deus e pelas pessoas ao seu redor. Jesus nos deixa um exemplo vívido de que temos que crescer, que avançar em cada etapa de nosso desenvolvimento, em todas as áreas de nossas vidas. Sua própria vida nos desafia a não estagnar, mas entrar neste processo crescente e maravilhoso de se tornar dia após dia uma pessoa melhor.

Talvez seja uma boa reflexão para este final de ano. Decidir que não vamos retroceder, esquecendo tudo o que já aprendemos. Aceitar que temos ainda tanto a aprender, e ter também uma disposição interior de encarar cada surpresa da vida como oportunidade de crescimento. Mas não depender só das lutas para crescer, ser capaz de extrair das coisas simples e momentos aparentemente insignificantes, lições que geram um coração mais sábio, uma pessoa mais sociável, mais saudável em todos os aspectos – diante de Deus e dos homens. E talvez este seja um caminho a ser trilhado com a ajuda de outras pessoas, em comunhão e mutualidade...

Ah, que longa jornada temos diante de nós! Que o Espírito de Deus nos ajude, com sua longanimidade que nos traz esperança e graça para não desistirmos de nós mesmos. Quero olhar para o ano passou e alegrar meu coração ao constatar que foi um tempo de crescimento sim. Um passo de cada vez, mas sempre em frente...

Se no natal pensamos tanto no nascimento de Jesus, que diante do novo ano possamos refletir no seu crescimento! Que venha 2013, e com ele a decisão renovada de continuar crescendo, até “que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo. O propósito é que não sejamos mais como crianças (...), antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”. Efésios 4:13-15.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

As marcas nas mãos de JESUS


Você nunca ficou intrigado pelo fato de Jesus após ter ressuscitado, ainda ter marcas da crucificação? E o que dizer do fato de, na visão apocalíptica de João, Jesus ter a aparência de um Cordeiro “que parecia ter estado morto”? Não bastava que Jesus tivesse a aparência forte de um Leão?

A verdade é que o sacrifício de Jesus tem um impacto na eternidade. Não foi apenas naquele dia a dois mil anos. Ele extrapolou o tempo e o espaço e abriu o caminho de volta para o Pai de forma definitiva. De forma misteriosa, era necessário que mesmo em seu corpo glorificado estas marcas permanecessem ali.

Isto me fez pensar em minha própria vida. Não faço ideia se as cicatrizes no corpo desaparecerão quando eu ressuscitar para viver para sempre ao lado do meu Jesus (que dia glorioso!). Não sei se voltarei a ter a saudosa pele de bebê, sem as marcas do tempo e da vida. Talvez sim, mas não é este o ponto que quero abordar.

Há outros tipos de cicatrizes. Quantas vezes eu sinto que os golpes da vida abrem feridas que vão deixar cicatrizes em mim. Como eu queria ser curada a ponto de nem uma marca sequer restar em minha alma. 

Mas a cicatriz também é um sinal da cura. E até chegar nela, existem as lágrimas, os porquês, os conflitos. As cicatrizes são pequenos desfechos dos capítulos da nossa história.
Não que nossa história seja feita apenas de feridas, mas elas são a parte que mais lembramos. Quem sabe exatamente por causa das cicatrizes? Elas podem então assumir dois sentidos para nós: a lembrança da dor, mas também a lembrança da cura.

A verdade é que assim como o Jesus ressurreto tinha cicatrizes, nós também podemos, ainda nesta vida, experimentar o poder da ressurreição, mesmo que as cicatrizes estejam lá.

Sofrer grandes decepções e passar noites chorando as angústias não nos priva de experimentar um caminho de glória e atravessar o vale até chegar do outro lado. Não precisamos encarar com tanta surpresa e achar que ficamos piores por causa de uma nova cicatriz. Elas revelam que não passamos “em branco” pela vida, mas que vivemos para valer, correndo riscos, caindo e levantando, e o mais importante: provando da Graça de um Deus que sabe o que é padecer, e nos visita de forma ainda mais visível exatamente nos momentos mais difíceis. Uma Graça que transforma a ferida em cicatriz. E que faz da cicatriz um meio de Graça, nos tornando mais humanos, cheios de compaixão, vasos de misericórdia. 

Assim como Jesus, nosso intercessor.

Nane.

Referências: João 20.27; Apocalipse 5.6; Romanos 6:10; 1ª Coríntios 15:23

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Quando Deus toca minha ferida


Escrevi este artigo no dia 6 de fevereiro de 2011. Estou abrindo o coração porque quem sabe você vai ler, se identificar e ser abençoado. E que ao me expor assim, meu Amado Jesus seja glorificado. Amém!

Quando Deus toca minha ferida

Hoje tive mais uma daquelas reações desproporcionais diante de um pequeno comentário ou gesto que apenas revelam como somos seres complexos.

Já faz algum tempo descobri que a experiência que tive na infância de, repetidamente, ter sido “enxotada” da conversa dos mais velhos (digamos, crianças um pouquinho maiores que eu), através de expressões do tipo “a conversa ainda não chegou no chiqueiro”, ou “sai, sua intrometida”, deixou uma ferida que até hoje não foi superada. Crianças sabem ser cruéis...

Para resumir, quando eu tenho a impressão de que alguém está insinuando que minha participação não foi bem vinda, que eu estou “ultrapassando um limite”, que eu estava ali sem ter sido convidada, ou mesmo qualquer pequeno sinal de reprovação, eu me sinto como que levando um forte empurrão para bem longe. Dói profundamente como se ocorresse instantaneamente (e inconscientemente) um link entre hoje e os fatos ocorridos há mais de três décadas, gerando uma pontada de dor na alma, como uma ferida que nunca foi de fato cicatrizada.

Hoje isto aconteceu imediatamente antes do início do culto. Eu estava toda feliz, e neste clima autoconfiante fui ingenuamente fazer um pedido a alguém, quando meus “sensores” captaram um sinal de rejeição (digamos que a resposta não foi muito gentil). A reação foi imediata: minha alma murchou, e fiquei “amuada”, quase que desabafando “tá bom, desculpe por existir”. Quando coisas assim acontecem é como se eu regredisse no tempo em fração de segundos, e me encolhesse num canto como uma criança rejeitada. E com uma ponta de raiva, é claro.

Já que sou treinada em me analisar, imediatamente a mente começou a fazer conexões e questionamentos. Então pensei: será que não é este pavor de ser rejeitada, o terror da reprovação, que faz com que eu sempre tenha que me superar, ser incrível, fazer tudo perfeito? Sim, meu perfeccionismo não estaria diretamente relacionado com o pavor da rejeição? Claro, faz muito sentido.

Até aqui, tudo é fruto de um pouco de psicologia aplicada. É então que entra a melhor parte.

Eu entendo que nunca seremos totalmente sãos e que Deus não espera que tenhamos todas as feridas da alma curadas para começar a nos usar. E eu chego a crer que ele usa estas coisas confusas da vida, nossas necessidades emocionais, nossas carências e fragilidades, para nos fazer sair do lugar e até mesmo nos tornar úteis no Seu Reino. Porque eu sei que minha dedicação pode ter sido motivada pelo desejo de ser aceita (inclusive por mim mesma), e ainda assim gerou excelentes frutos pela misericórdia e graça de Deus.

De repente eu me vi, após este episódio, reconhecendo a mão de Deus na minha vida, usando meus motivos tortos para fazer sua obra perfeita. Vidas abençoadas por alguém que por motivos totalmente inconscientes pensava estar servindo somente a Deus, mas estava na verdade tentando “tapar buracos” no coração.

E aí entendi porque Ele ainda permitiu que eu sentisse aquela dor hoje. Se eu pudesse comparar, é como uma pessoa que tinha a cadeira de rodas e assim podia ir para qualquer lugar; mas o seu médico a força a se levantar, mesmo com dor. Pois agora é hora de dar o próximo passo, e deixar o “conforto” da cadeira de rodas para trás. (Quem lê, entenda!)


O Senhor mesmo tocou minha ferida e a fez doer. Ele abriu meu entendimento para o fato de que eu já posso servi-lo por motivos mais nobres. Que esta necessidade desesperada que tenho de encontrar aprovação nas pessoas pode ser preenchida pelo SIM DE DEUS para mim. 

E de repente me vi olhando para o meu Senhor: o amor dele é tão infinitamente maior do que o amor que qualquer ser humano é capaz de me dar. E na minha dor, eu o contemplei: sim, Jesus, o Senhor me ama. O Senhor não me empurra pra longe. O Senhor me diz “sim”. O Senhor me ouve e não me despreza. E o que é tão lindo: o Senhor nunca, jamais me abandonará. E cada afirmação era como um remédio sendo derramado na ferida...

Às vezes a gente vê a dor emocional como algo ruim. Mas hoje entendi como ela é necessária. Se incluirmos Jesus na cena, é claro. Na hora que a ferida está aberta, Ele entra e vem com o único remédio que realmente é capaz de curar todas as nossas mazelas: a sua Graça.

Glórias ao meu Amado Senhor. Ele é tudo para mim.

Eliane Werner "Nane".

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Entretenimento x Descanso


O Sábado é princípio de Deus.

Como é bom quando temos um verdadeiro “Sábado”. Pois o Senhor determinou que precisamos parar em intervalos regulares para descansar e orar.

A oração santifica nosso descanso. E é o nosso verdadeiro descanso.

Num mundo onde o Entretenimento tornou-se um ídolo para quem consome, e uma fonte muito lucrativa para quem vende, nem sempre ele é sinal de descanso.

Cada dia mais eu vejo o quanto nos cercamos de entretenimento. E de forma auto-indulgente, justificamos: eu também mereço! E nos damos este direito de ir ao cinema aqui, sair com amigos ali, e usar muito, muito do nosso tempo com os novos brinquedinhos e modismos tecnológicos. E no final de tudo não nos sentimos, de fato, descansados.

Sim, eu sou capaz de enxergar em Jesus uma pessoa “normal” que se relacionava até com pecadores, e é citado muitas vezes tendo refeições com eles, e tudo indica que Jesus tinha uma vida social “intensa”. Mas todos nós sabemos de sua disposição radical em obedecer ao Pai, a tal ponto que não havia separação entre sua missão e o seu “lazer”.
E vou mais além: seu compromisso com a missão de sua vida era radical o bastante para que ele várias vezes abdicasse do descanso físico, sem com isso abrir mão do verdadeiro descanso, a oração. 

Hoje eu percebo que não fazemos uma coisa nem outra: nosso lazer não nos descansa, e não enxergamos a oração como o verdadeiro descanso. E vamos “nos embolando” nas coisas que nossa cultura coloca à frente, sem refletir muito, simplesmente na onda de todos. O caminho mais fácil e relaxado do entretenimento moderno vai nos sugando e a espiritualidade fraca nos deixa vulneráveis demais. Sem oração, não há influência do Espírito. E largados à mercê de nossa carne, nosso lazer é contaminado com um linguajar e outras licenças que não refletem o caráter do Pai. No lugar de descansar, nos tornamos apáticos e letárgicos espiritualmente. Repetimos quase que hipnotizados os jargões das séries de TV, mas pouco sabemos das Escrituras. Nossa conversa gira em torno de coisas que não edificam, e quem sabe algumas vezes ainda coopera para corroer o que restou de nosso temor a Deus.

Ainda que eu pareça um pouco radical, quero deixar a reflexão: será que não estamos entretidos demais? Distraídos e com nossa mente dispersa no meio de tantas opções, que pouco espaço sobra para nossa devoção a Deus? Será que é de mais entretenimento que precisamos, ou não seria de um descanso verdadeiro, tão precioso, tão superior, e que custou a Cristo o seu próprio sangue?

Sim, a oração é tão simples para nós porque Jesus pagou tão caro por ela (Oswald Chambers). E é na oração, no diálogo aberto e sincero com Deus, que encontramos o verdadeiro descanso, colocamos nossa vida no eixo novamente e a santificamos, assim como nossas prioridades, nosso trabalho e nosso lazer.

Espero que ao nos divertirmos possamos ter Jesus sempre no centro, e jamais perder o senso de vocação. Afinal, não estamos aqui nesta terra para “curtir a vida”. Nós temos um alvo, uma missão.

Nane.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Conte tudo pra Deus


Há uma passagem na Bíblia, em Filipenses 4:6 e 7, que é uma das minhas preferidas. Com certeza você já conhece: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus”.
A ansiedade é algo que faz parte da vida da gente. É aquele sentimento de impotência diante da vida, aquela angústia de desejar ver alguma coisa que está fora do nosso controle acontecer. É o espaço entre o hoje e o amanhã, ou entre a realidade e o desejo. Mas o mais importante é que nós temos escapatória para a ansiedade. Se você tem enfrentado situações angustiantes, esperado por uma resposta que nunca chega, sentindo-se impotente diante da vida – você tem uma alternativa.
Paulo aqui nos recomenda apresentar diante de Deus em tudo, as nossas petições. Esta possibilidade nos ensina uma lição: Deus está interessado em TUDO. Como é freqüente a tentação de nos aproximarmos de Deus com as mesmas máscaras que usamos com as pessoas comuns – pois estas, em geral, não são capazes de nos aceitar como somos, na íntegra. Mas com Deus é diferente, e precisamos entender isso.
Com o passar do tempo, quando nos adaptamos à cultura religiosa evangélica, vamos adquirindo alguns vícios na oração que não passam de “vãs repetições” (Mt 6.7). Oramos palavras belas e termos vagos, sem levar em conta que Deus está nos ouvindo mesmo, e que ele deseja que conversemos com ele “olhando nos olhos”. Às vezes faço este exercício quando vou orar. Me coloco no lugar de Deus e penso como ele gostaria que eu me dirigisse a ele. Com certeza meu palavreado viciado e mecânico diz muito pouco do que eu preciso dizer. Imagino ele ali, bem na minha frente, prestando atenção no que eu tenho a dizer. Minha oração muda muito. E não apenas quanto ao uso de palavras “repetidas” (como abençoa, faz uma obra, toma a vida...) como também ao conteúdo da minha oração. Pois as nossas orações vagas são uma estratégia quase inconsciente de evitar tocar em assuntos difíceis, ou de nos fazer verdadeiros, autênticos, transparentes diante de Deus. Somos convidados a falar tudo o que vai em nosso coração, sem medo “do que Deus vai pensar” de nós. Creio também que quando expomos nossos anseios, medos, sentimentos, dúvidas e pecados diante de Deus, ele passa a atuar sobre eles.
A falta de transparência no diálogo com Deus tem feito com que muitos homens e mulheres “de oração” não sofram mudanças profundas de caráter, a despeito de passarem tanto tempo supostamente na presença de Deus. Além disso, podemos apresentar nossos “quartos escuros da alma” a Deus, seja conversando naturalmente, seja suplicando fervorosamente. Mas devemos também ter uma atitude grata ao expormos o nosso interior. As ações de graça nos fazem lembrar quem é o nosso Deus. Como é diferente orar a Deus sabendo que ele é bom e que as suas misericórdias duram para sempre (Sl 136.1) e que ele só tem pensamentos de paz a nosso respeito (Jr 29:11)!!
Qual o resultado disso tudo? Uma paz inexplicável, que guarda nossas mentes e os nossos corações em Cristo Jesus. Estamos protegidos, guardados em Jesus. A paz que todo ser humano da face da terra procura, está na entrega irrestrita de todas as nossas questões ao Senhor do Universo.
O que é interessante observar aí é que o versículo não diz: e os problemas que estão causando ansiedade em você vão acabar... mas diz: a paz... guardará o seu coração e a sua mente... A grande mudança que o Senhor deseja efetuar é aquela que acontece em nosso íntimo. Deus se delicia em ver suas criaturas usando o seu livre arbítrio para escolher estar perto dele. Com esta atitude, o Senhor nos presenteia generosamente com a sua paz. Com a certeza sobrenatural de que ele está no comando, e de que tudo acabará bem. As “circunstâncias” Deus pode mudar num estalar de dedos. O mais importante é a mudança que se efetua em nossa mente e coração.
Deus é amor (1 Jo 4.8). Ele está pronto a acolher você. Conte tudo para ele!!

terça-feira, 10 de julho de 2012

Como é sua família?


Como é sua família?


Há muitos anos atrás o meu filho caçula, com uma sabedoria que só as crianças têm, resolveu me contar: “mãe, toda a minha alegria e toda a minha tristeza é por causa de vocês”.


Admito que esta foi uma das melhores definições de família que já ouvi, apesar de dolorosa.


Ele olhou para mim e sentiu muito prazer em sua mamãe; mas lembrou-se também de que muitas vezes eu o frustrava – forçava a fazer coisas que ele não queria, e não deixava fazer outras coisas que tanto queria. E, preciso assumir, cometia erros e injustiças.


Traduzindo em linguagem adulta: da família vêm nossas maiores alegrias e nossas maiores tristezas. Somos profundamente afetados por ela.


Mesmo aqueles não constituíram sua própria família, casando-se e tendo filhos, possuem marcas profundas desta experiência intensa de pertencer a uma família. Ninguém fica de fora.


A Bíblia mostra sem falso pudor o que é a vida em família: fonte de alegria e de dor. Podemos ali ler inúmeras histórias de encontros românticos, casamentos, traições, ciúmes, brigas entre filhos, lealdade, companheirismo, etc. e etc.


Porque somos cristãos e chamados para andar no Espírito, não devemos fingir que as lutas não existem. Sim, elas sempre existiram. Fazer de conta que nossa família é perfeita porque isto nos faz sentir bem com Deus e com as outras pessoas é fechar os olhos para tantas histórias contadas na Bíblia, e com o propósito claro de nos ensinar a não cometer os mesmos erros.


Vamos começar admitindo as marcas que levamos conosco, por causa da família.


Vamos olhar com gratidão para todas as coisas belas que existem na família que tivemos e na que ainda temos (família nunca deixa de ser família!).


Vamos também “encarar de frente” nossas deficiências, erros do passado e do presente, dar crédito à perspectiva de quem está “de fora” (muitas vezes enxergam bem melhor), reconhecer que mudanças precisam ocorrer. E, principalmente, assumir cada um a sua responsabilidade nesta mudança. 


Já disseram que um diagnóstico correto representa 50% da cura. Se não aprendermos no Senhor a discernir nossas carências, estaremos até mesmo orando de forma errada e deixando de tomar decisões e atitudes que a Bíblia já nos ordenou.


Mas se não agirmos em direção a esta cura, só o diagnóstico não será suficiente. 
E neste caso, o remédio é para todos, sem exceção.


Que nossas famílias, que nos trazem tanto prazer e dor ao mesmo tempo, estejam abertas ao toque do Senhor!


Que assim seja!


Nane.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Ele sabe antes que eu fale


“...o seu Pai sabe do que vocês precisam, antes mesmo de o pedirem”. Mt 6:8b – NVI.

O Pai sabe qual a nossa necessidade.
Já parou para pensar sobre isso?
Chegamos a Ele muitas vezes com a nossa lista de pedidos; oramos como se estivéssemos tentando argumentar com o Senhor porque Ele deve nos responder, concedendo o que pedimos.
Vamos por partes: o Pai deseja sim que nos sintamos próximos o bastante para desaguar a nossa alma diante dele; ele vai ouvir nossas angústias, desabafos e queixas. Não precisamos ensaiar nossas palavras, mesmo porque todas elas já são conhecidas por Ele antes que saiam de nossa boca.
Ao mesmo tempo, Ele sabe das nossas necessidades. Ele sabe até mesmo das coisas que precisamos e nós não sabemos que precisamos. Esta é a melhor parte! O Senhor é o único capaz de julgar com perfeição quais são as nossas necessidades.
Podemos chegar a Ele com a nossa opinião; nossa visão míope e estreita da vida nos faz identificar esta e aquela necessidade. Podemos estar certos, ou não.
Mas Deus, o nosso pai, que nos ama muito mais do que somos capazes de amar nossos próprios filhos, sabe do que temos necessidade. Ele vê a história toda, do ponto de vista da eternidade.
Já pensou no que representa ter as nossas necessidades atendidas, de acordo com a perspectiva de Deus? É isto o que significa orar de acordo com a vontade de Deus, conforme 1ª João 5:14 – “E esta é a confiança que temos para com ele, que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve”.
Precisamos então orar primeiro para que o nosso entendimento a respeito das nossas necessidades – e daqueles pelos quais intercedemos – seja moldado, influenciado, direcionado pelo entendimento de Deus sobre o assunto.
Eu oro ao Pai para que supra todas as necessidades que Ele vê em minha vida; sinto uma profunda confiança nele, pois Ele sabe o que é melhor e o que eu estou precisando hoje, neste exato momento. E sei que esta é uma oração que será respondida.
Confie no Senhor!

Nane.

sábado, 26 de maio de 2012


O milagre da multiplicação




"Tudo o que temos aqui são cinco pães e dois peixes".  Mateus 14:17.


Acredito que todo mundo tem certa dificuldade de dar valor a coisas pequenas. Quando olhamos as necessidades ao nosso redor, nos sentimos tão impotentes que nos tornamos irônicos e pessimistas.
Parece que tudo o que fazemos não é o bastante. Temos a sensação de que nossas palavras e atitudes se perdem no vazio, incapazes de fazer valer sua importância em meio ao caos da vida. Mas isto poderá ser diferente se incluirmos Deus na história.


Creio profundamente no milagre da multiplicação. Creio no sentido alegórico dos "cinco pães e dois peixes", representando o nosso pouquinho, que nas mãos de Deus, alimenta multidões. Você faz aqui e ali, e acha que nada se aproveita. Deveríamos erguer nosso quase nada a Deus, crendo em seu poder de multiplicar e agradecendo pela grande obra que talvez não venhamos a testemunhar com os próprios olhos. Mas Ele fará.


Porque achamos nossa porção tão pequena e insignificante, não a entregamos. Ficamos quietos, mudos, calados, passivos. Mas Deus poderia fazer grandes coisas! Temos medo dos riscos, da rejeição, da crítica, da incredulidade. Mas é esta coisa pequenininha, ordinária, tão humana e temporal, que o poder de Deus transforma em eternidade.


Penso agora, com o coração apertado, nas pessoas que deixei de ouvir, porque achei que tinha muito pouco a acrescentar. Da atenção que não dei, no bom-dia (já parou para pensar na importância dos cumprimentos? Jesus falou a respeito, Paulo falou repetidas vezes - o tal ósculo santo) que não dei por comodismo ou medo de ficar sem resposta... por aquela pessoa que repartiu comigo a sua dor, e não a chamei para um pouco mais de tempo, abraço, ombro, lágrimas...


Lance sua sementinha - o seu grão de mostarda. Ela vai crescer sem que você entenda como (MC 4:26-28). Deixe sua pequena luz brilhar. Ame a quem ninguém ama. Sirva.


Crendo,
Nane.