terça-feira, 6 de novembro de 2012

As marcas nas mãos de JESUS


Você nunca ficou intrigado pelo fato de Jesus após ter ressuscitado, ainda ter marcas da crucificação? E o que dizer do fato de, na visão apocalíptica de João, Jesus ter a aparência de um Cordeiro “que parecia ter estado morto”? Não bastava que Jesus tivesse a aparência forte de um Leão?

A verdade é que o sacrifício de Jesus tem um impacto na eternidade. Não foi apenas naquele dia a dois mil anos. Ele extrapolou o tempo e o espaço e abriu o caminho de volta para o Pai de forma definitiva. De forma misteriosa, era necessário que mesmo em seu corpo glorificado estas marcas permanecessem ali.

Isto me fez pensar em minha própria vida. Não faço ideia se as cicatrizes no corpo desaparecerão quando eu ressuscitar para viver para sempre ao lado do meu Jesus (que dia glorioso!). Não sei se voltarei a ter a saudosa pele de bebê, sem as marcas do tempo e da vida. Talvez sim, mas não é este o ponto que quero abordar.

Há outros tipos de cicatrizes. Quantas vezes eu sinto que os golpes da vida abrem feridas que vão deixar cicatrizes em mim. Como eu queria ser curada a ponto de nem uma marca sequer restar em minha alma. 

Mas a cicatriz também é um sinal da cura. E até chegar nela, existem as lágrimas, os porquês, os conflitos. As cicatrizes são pequenos desfechos dos capítulos da nossa história.
Não que nossa história seja feita apenas de feridas, mas elas são a parte que mais lembramos. Quem sabe exatamente por causa das cicatrizes? Elas podem então assumir dois sentidos para nós: a lembrança da dor, mas também a lembrança da cura.

A verdade é que assim como o Jesus ressurreto tinha cicatrizes, nós também podemos, ainda nesta vida, experimentar o poder da ressurreição, mesmo que as cicatrizes estejam lá.

Sofrer grandes decepções e passar noites chorando as angústias não nos priva de experimentar um caminho de glória e atravessar o vale até chegar do outro lado. Não precisamos encarar com tanta surpresa e achar que ficamos piores por causa de uma nova cicatriz. Elas revelam que não passamos “em branco” pela vida, mas que vivemos para valer, correndo riscos, caindo e levantando, e o mais importante: provando da Graça de um Deus que sabe o que é padecer, e nos visita de forma ainda mais visível exatamente nos momentos mais difíceis. Uma Graça que transforma a ferida em cicatriz. E que faz da cicatriz um meio de Graça, nos tornando mais humanos, cheios de compaixão, vasos de misericórdia. 

Assim como Jesus, nosso intercessor.

Nane.

Referências: João 20.27; Apocalipse 5.6; Romanos 6:10; 1ª Coríntios 15:23