quinta-feira, 28 de março de 2019

Vimos o mar se abrir... e esquecemos.


Depois de três décadas de vida cristã, a gente começa a tirar algumas conclusões. Uma delas, para mim, é que somos submetidos, continuamente, ao “Teste de Confiança”.

Preste atenção: em qualquer situação da vida, mas em especial naquelas mais difíceis, se você observar bem, especialmente aquela realidade que “os olhos não podem ver”, há uma frase, uma mensagem, um convite que se repete. “Confie em mim”.

Mas quem repetidamente nos diz isso, não é ninguém menos do que o Pai.

E por que é tão difícil confiar? Já não vimos coisas maravilhosas acontecerem? Não temos testemunho de livramentos, bênçãos, consolo, provisão e cuidado?

Não vimos o mar se abrir diante de nós?

Nos últimos meses tenho lido sobre a história de Israel. Quem não fica indignado ao ver a rebeldia do povo, mesmo depois de ter testemunhado as 10 pragas, o mar se abrir, a coluna de fogo, a grande nuvem, o maná... e por aí vai? Seja sincero: você já não se pegou pensando que “se tivesse visto tantas maravilhas”, cheias de efeitos especiais, seria um crente mais fervoroso?

Pode ser que tenha pensado isso. Mas se continuou pensando... e lembrando... terá que admitir que você não é muito diferente daquela gente. Sim, eu sinceramente tenho dúvidas se seria mais crente se tivesse testemunhado aqueles sinais incríveis.

“Como vocês custam a entender e como demoram a crer...” (palavras de Jesus, em Lucas 24:25). E assim, nosso coração se endurece, a dúvida toma conta, o desespero, a busca por resolver as coisas na força do nosso braço... e vivemos momentos de cegueira espiritual, feito barata tonta, como se Deus fosse abstrato demais, distante demais, inacessível ou simplesmente distraído.

É incrível nossa capacidade de esquecer quem Deus é, e pior ainda, quem Deus é para nós. A incredulidade definitivamente é como um fermento, basta um tiquinho lá na alma pra nos contaminar por inteiro.

É por isso que precisamos tanto uns dos outros. Precisamos de alguém que nos fale: “confia em Deus”. Precisamos das músicas que nos tragam à memória o que nos dá esperança. Precisamos nos congregar e ser lembrados, de novo e de novo, de tudo o que já esquecemos. Precisamos parar tudo e olhar nos olhos de Jesus. E então, ouvir sua voz, vê-lo partir o pão, reconhecer que Ele está aqui, que não nos deixou. E sim, que PODEMOS CONFIAR.

Nane.