sexta-feira, 6 de março de 2015

Resiliência

Hoje cedo de manhã me deparei com ela. Esta orquídea-bambú incrível.


Lembro quando ela quebrou. Como fica bem pertinho do portão, deve ter sido esmagada numa das vezes em que ele se fechou. Na hora não parei para “podar” a parte quebrada e fui deixando. Algum tempo depois vi uma flor brotando no galho quebrado.

Lembro-me da música que virou “hit” de um jeito que não faz jus à sua letra tão forte: “nos galhos secos de uma árvore qualquer, onde ninguém jamais pudesse imaginar, o Criador vê uma flor a brotar”.

A primeira vez que ouvi a palavra “resiliência” foi na faculdade. A Wikipédia define assim: “Resiliência é um conceito oriundo da física, que se refere à propriedade de que são dotados alguns submateriais, de acumular energia, quando exigidos ou submetidos a estresse sem ocorrer ruptura”. A psicologia pegou emprestado este termo para se referir à capacidade que algumas pessoas têm de suportar situações adversas, sem “quebrar” o seu equilíbrio psicológico.

Parece que algumas pessoas são dotadas deste “material” especial. Mas a verdade é que a maioria de nós se sente muito mais fraco que isso. Aqui e ali “quebramos” e parece que a coisa não vai mais voltar ao lugar.


Poderia aqui ficar dizendo que “temos que ser resilientes” e tal... sim, até temos que ser. Mas às vezes não somos. Tenho descoberto – através da dor e de lutas sem fim – que só existe uma fonte segura de “força”. Deus.

Então me apego a Ele: elevo ao Senhor a minha alma. Penso no seu Amor por mim. Choro. Clamo o seu socorro. À luz de sua santidade, descubro quem sou. Me arrependo. Ele me perdoa. Me aconchego em seus braços e durmo. Acordo no outro dia ainda sentindo as dores das pancadas da vida – situações muitas vezes criadas por mim mesma. Mas com uma nova esperança! A vida de Deus começa a fluir dentro de mim. Percebo que Ele não espera que eu tenha forças para enfrentar minhas batalhas. Ele me convida a viver através dEle. Ele me convida a descansar, mesmo quebrada.

Então eu creio que esta singela flor, que brota onde ninguém jamais pudesse imaginar, é o símbolo da minha esperança nAquele que faz fluir a vida por canais minúsculos, imperceptíveis para quem só vê o exterior. Não há limites para o que Deus pode fazer.

Este é o Deus que “mantém a minha lâmpada brilhando; o meu Deus transforma as minhas trevas em luz” (Salmo 18). A Ele toda a glória!

Nane.